“A obra de Jung pode ser vista como um esforço de resgate e tradução. Na tentativa de compreender seu mundo interno e o de seus pacientes, ele procurou resgatar o universo simbólico humano que habitualmente se encontra sob o poder das religiões, dos místicos ou das filosofias orientais. Jung foi um escritor prolífico.” — Folha de S. Paulo
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“Jung cumpriu uma trajetória em que, a partir dos cacos a que a psicanálise freudiana reduzira o sentimento religioso, pretendeu reconstruir um misticismo possível para o século XX.” — Veja
Quando algo escapa da nossa consciência, isso não significa que deixou de existir, assim como um automóvel que desaparece na esquina não se desfez no ar. Apenas o perdemos de vista. Do mesmo modo que podemos, mais tarde, ver novamente o carro, também reencontramos pensamentos temporariamente perdidos.
Parte do inconsciente consiste, portanto, em uma profusão de pensamentos, imagens e impressões provisoriamente ocultos que, embora perdidos, continuam a influenciar nossas mentes conscientes. Um homem desatento ou “distraído” pode atravessar uma sala para buscar algo. Ele para, parecendo perplexo; esqueceu o que procurava. Suas mãos tateiam os objetos de uma mesa como se fosse um sonâmbulo; não se lembra do seu objetivo inicial, mas ainda se deixa, inconscientemente, guiar por ele. Então percebe o que queria. Foi o seu inconsciente que o ajudou a se lembrar.
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