Um espectro ronda a comunidade acadêmica ocidental, o espectro do sujeito cartesiano. Desconstrucionistas e habermasianos, cognitivistas e heideggerianos, feministas e obscurantistas (pós-)marxistas convergem em sua hostilidade contra ele. Seguramente uma das principais obras do filósofo esloveno Slavoj Žižek, O sujeito incômodo identifica o denominador comum de todas essas diferentes tendências do pensamento contemporâneo e lança a provocação: por trás do cogito ergo sum [penso, logo existo], o próprio sujeito cartesiano guarda o grau zero radical da política emancipatória, um núcleo subversivo capaz de fornecer um ponto de apoio indispensável para um novo projeto de esquerda.
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